Sociologia e Antropologia. Trabalho de campo e etnografia. Teoria social clássica e contemporânea. Blog acadêmico de Leonardo Sá. Professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV-UFC).
sexta-feira, 14 de abril de 2017
Política do ressentimento
O ato de lutar por liberdade está relacionado a uma tomada de posição que envolve sair da vergonha social que domina o dominado para uma postura de orgulho, um orgulho na luta. É esse ato de luta, que implica na formação de um orgulho de quem luta, que tanto machuca a alma subalterna de quem não para de sentir vergonha de si mesmo e apenas sente um prazer distorcido na mistura de amor-ódio dirigido à "amada" imagem dos Senhores. As posições dominadas são caracterizadas por um assujeitamento baseado na vergonha de si. Alguns dominados rompem com a vergonha, elaborando formas de orgulho de si. Contudo, há duas maneiras disso ocorrer. Há o dominado que sente orgulho de ser subalterno do Senhor. Sente orgulho de ser o servidor dos poderosos. Um orgulho enviesado, frágil, raivoso, portanto. Outra forma de orgulho é a dos que lutam por liberdade e direitos. Mas ambas as formas são assombradas pelos sentimentos de ressentimento que marcam os corpos subalternizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário