Sociologia e Antropologia. Trabalho de campo e etnografia. Teoria social clássica e contemporânea. Blog acadêmico de Leonardo Sá. Professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV-UFC).
quinta-feira, 8 de março de 2018
Uma indagação ainda muito geral
A maioria dos membros das classes populares vive em condições tais de exploração e alienação, de imposição de condições precárias, que do ponto de vista subjetivo só resta a terra arrasada, o ressentimento e o ódio de si. Uma raiva que se descarrega de modo horizontal contra os vizinhos, contra os mais próximos e mais fracos. Ou então, é uma raiva contida, pois dirigida contra os mais fortes. Contudo, a resignação é a atitude ampla e geral. O dominado é levado a admirar aquilo que não é e aceitar seu lugar destituído, devido a uma série de falhas supostamente características de sua rede familiar e de parentesco. Os pobres discutem mais os problemas dramáticos da família do que os problemas dramáticos das classes populares em geral. A família como problema vem em primeiro lugar. Durante muito tempo, não prestei atenção a essa questão. Agora, tento mergulhar nela para entendê-la melhor. A família é para os pobres a fonte da vergonha social, com exceções que confirmam a regra. Ou a fonte do orgulho social, como no caso dos ricos e poderosos.
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