sábado, 25 de julho de 2015

Vontade de saber

O pensamento crítico é uma paixão. É preciso amor pelo pensamento para realizar discursos críticos livres. Há trabalho do desejo na busca por uma verdade. A escrita é uma prática do eu, contudo, a escrita de si é a negação do narcisismo, pois a escrita de si é a relação com o estranho, uma relação com as formas absolutas e relativas da alteridade, é no campo do Outro, é no Outrem, onde mora, quase na impossibilidade, a inscrição da nossa condição de sujeito na individualidade. O que me interessa é pensar de outra maneira, na relação com o estranho, filosofando no contramovimento e operando com procedimentos de inversão. Uma filosofia crítica como problematização daquilo que nos limita e nos capacita. Até onde podemos e somos capazes, esta é a questão. Precisamos experimentar novas formas de dar conta da própria vida. Novas éticas. Outras morais, morais possíveis. E o discurso crítico livre é fundamental para essa invenção. O discurso livre é a condição da ética. E o discurso livre não precisa ser autorizado pela lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário