quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Práticas e praticantes

As práticas e seus praticantes. A realização da pesquisa em ciências sociais adota, na perspectiva praxiológica, os modos de existência e os regimes de signos a eles conectados como universo principal de descrição e análise. Mas o que é uma prática? Práticas são maneiras de agir, falar, sentir, pensar, habitar, que são ao mesmo tempo produto e meios simbólicos de estruturação da vida social. As práticas funcionam como um campo de historicidade. Portanto, um campo de práticas e um campo de historicidade são conceitos germinados.

Escolhas

O estilo de vida envolve escolhas, preferências, propósitos e desejos. Por vezes, somos escolhidos e escolhemos aquilo que nos escolheu. Haveria aí um tipo de destino subjetivo, como costumam dizer as teorias estruturalistas. Por outro lado, se é aceitável que as escolhas não podem ser de um sujeito livre, pois ninguém nasce livre, como afirmou Foucault em contraposição a Sartre, existe uma complexa relação entre crença e desejo nos fluxos do real. As crenças seriam formas de estabilizar os fluxos. Os desejos seriam motivadores para o agir. É nessa encruzilhada que se faz necessário pensar uma teoria do sujeito nas ciências sociais. Acho que é a única questão que me interessa ao longo do tempo. A relação entre o valor atribuído e a criação do valor no agir sociocultural. Esse problema teórico é uma paixão antiga. É algo que vai de Hegel a Nietzsche, passando pelo primado da existência que foi afirmado por Marx e Kierkegaard.