quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Ilusão, lembrança e invenção

A ilusão não é uma mentira, podendo-se apoiar nela, a ilusão não é falsa, podendo-se apoiar em informações falsas, a ilusão não é uma falácia, podendo-se apoiar em modos fantasiosos de concreção. Aprendi isso com o Freud, com a ajuda de Mezan, é claro. A ilusão, de um futuro, não é sem consequências. As consequências são sérias, e graves. O ato de rememorar dificilmente se dissocia do ato de inventar. O modo como memória e imaginação se entrecruzam na estrutura de um relato são duas dimensões decisivas para a análise dele. E como propõe Arendt, pode-se aprender com o passado, mas isso não oferece conhecimento sobre o futuro.

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