domingo, 28 de julho de 2013

O que é o conhecimento?

Quando estamos desafiados por algum problema prático para o qual queremos dar uma solução a nosso favor, comumente falamos: "vou arranjar um esquema" ou "vou montar um esquema" ou "vou fazer um esquema" e suas diversas variações. Na variação contínua do real, no devir, a ideia de arranjo expressa o modo contingente e circunstancial com que se lida com o mundo social que é essencialmente contingente e circunstancial, portanto, plural. Se não há meta, nem sentido, nos fluxos das coisas, meta e sentido no fluxo mesmo das coisas, quero dizer, podemos então dizer que um arranjo é uma maneira de perceber, avaliar ou agir que impõe a partir da força determinante do pensamento um desdobramento para um problema, o que não exige sua solução, pode ser apenas um desvio, uma forma de contorná-lo, de possibilitar que algo acontece, algo que estava bloqueado de acontecer. O esquema a ser arranjado é a forma do conhecimento prático capaz de fazer ir para frente ou para os lados ou para baixo ou para cima ou para trás ou capaz de fazer fugir algo. Um deslocamento que desbloqueia e permite a abertura da relação. O processo de esquematização é o que podemos entender sobre aquilo que é designado pela palavra conhecimento. Conhecer o conhecimento não é um luxo, não é uma peça acessória nesse processo, conhecer o conhecimento é reposicionar a capacidade de fazer novos esquemas para impor alguma forma e regularidade ao que há de se fazer em meio ao caos.

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