terça-feira, 30 de julho de 2013

Um retorno e uma mistura

O objeto é símbolo. Um símbolo é um objeto. Os objetos são verdadeiramente simbólicos. A experiência do real articula-se no procedimento de estetização do real. A própria experiência do real é um procedimento, deriva de uma forma de apreensão, de um modo relacional de estabelecer relações e buscar conexões de sentido. Se tudo então é visto como símbolo, nada é símbolo. O objeto é o elemento de um domínio. É da ordem ou da produção ou da criação. Ocorre que o simbólico é a espessura de uma farfalharia. A insignificância, a indeterminação e a fluidez do real fazem do simbólico a potência do falso, uma fantasia composta de imagens estéticas que estabilizam algum tipo de clareza, uma poetização que é condição de existência para a razão. A razão poetizante. Na fabulação, na narração simbólica, a unidade descentrada da experiência do real insurge-se contra a entidade do ente.

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