domingo, 28 de julho de 2013

Transgressão, comentário ao "o que é experiência".

Transgressão foi uma ideia abandonada por Foucault em determinado momento. Quando suprimiu o prefácio à História da loucura, onde usava o termo, por exemplo. Na releitura que estou a fazer da obra de Foucault, estou buscando explorar quais potências foram neutralizadas por Foucault com o recalque do termo. O alvo explícito era a fenomenologia e a leitura de Bataille sobre Nietzsche. Mas o que Foucault perdeu com essa exclusão consciente da discussão sobre a transgressão, talvez seja aquilo que Judith Butler aponte como sendo uma das ausências em Foucault: uma nova teoria do sujeito. No final da vida do filósofo, há um retorno para a questão da hermenêutica. Tudo se passa como se horizonte e perspectiva, dois termos chaves da interpretação de Heidegger sobre Nietzsche, retornassem ao campo de questões de Foucault com toda a força de uma transgressão intelectual interrompida. Mas isso não passa de uma hipótese de trabalho. Um ponto de partida. Não estou defendendo nenhuma tese.

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