segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Nota de estudo: antropologia e Foucault.

Lembrete: a revisão de literatura que Foucault faz da questão das regras na sociologia e na antropologia na França, contrapondo Durkheim, Lévi-Strauss e Pierre Clastres, é primorosa e permite uma problematização do tipo de generalidade que os três autores mobilizaram para dar conta de suas modelizações do sistema social enquanto sistema de regras, com exceção de Clastres que rompe com o primado da regra como fonte última do funcionamento do sistema. (nota de estudo). Pesquisando e aprendendo: diz aí que eu não sabia que Foucault, antes da tese de doutorado, História da loucura, era já fã da antropologia cultural norte-americana, adorava Ruth Benedict, por exemplo, e pensou em fazer a pequena tese sobre a noção de cultura na antropologia norte-americana. Que maravilha! Outra coisa que me surpreendeu foi saber que antes de definir que a tese principal seria História da loucura, ele pensou em duas alternativas: 1. Filosofia pós-cartesiana na Itália e na Holanda. 2. "Estudo sobre a noção de 'Mundo' na fenomenologia e sua importância para as ciências humanas. Isso quer dizer que eu estava seguindo uma pista certa de modo intuitivo em sala de aula esse semestre, aproximando Foucault do professor que ele tanto admirava: Merleau-Ponty. Vamos seguindo que todo dia se aprende algo novo (em tempo: a partir de 1960 o pensamento dele é anti-fenomenologia abertamente). E mais detalhes: Passeron conta que na École Normal, Foucault só falava de Husserl sem parar. E quando anunciou que ia estudar o conceito de mundo na fenomenologia foi o momento que descobriu Nieztsche, e o livro de Heidegger sobre Nietzsche teve um papel nisso, juntamente com Bataille e Blanchot. É uma misturada danada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário