sexta-feira, 21 de abril de 2017

De volta às estruturas, às estruturas nos fluxos...

Durante um tempo considerável, fui entusiasta da noção de fluxos de desejos e crenças. Ainda considero a noção uma noção central para a analítica das relações sociais. Contudo, ultimamente, tenho voltado minha atenção para o problema das formas, das estruturas. Ou seja, do modo como são postas formas em fluxos e não apenas como nos processos as formas são dissolvidas em fluxos. Essa preocupação com a estabilidade das formas, com a frágil e perecível estabilidade das formas, é o que a meu ver caracteriza o pós-estruturalismo. Pelo menos como eu o entendo. As noções de sistema e estrutura são ainda fundamentais. Mas o sistema é método e não apenas a estrutura, como já havia assinalado Lévi-Strauss com relação a esta última. Se o sistema também é método, torna-se fundamental levar a sério o sistema conceitual do pensamento nativo na elaboração do que seja a não-compreensão específica que nos distancia dele. A diferença é uma relação, não é uma coisa, como enfatizava Bateson.

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